O Laboratório de Teatro tem como objetivo atuar na formação de artistas e/ou coletivos teatrais, através do fomento a projetos de criação que se ancorem na pesquisa, articulando conexões entre pensamento e prática e aprofundando reflexões acerca da própria linguagem teatral em suas diversas dimensões – atuação, direção, dramaturgia, etc. Desde a sua criação, em 2013, até 2022, o Lab Teatro contemplou 38 projetos, sendo cinco nos dois primeiros anos e quatro nos demais.
Tutores
Divina Valéria (RJ)

Da era de travestis lendárias que enfrentaram a perseguição da ditadura militar, Divina Valéria conquistou lugar de respeito junto às “Divinas Divas”, cuja história foi registrada no aclamado documentário de Leandra Leal. Cantora virtuosa, já se apresentou internacionalmente na França, Japão, Argentina e Uruguai, entre outros lugares do mundo. Desde quando surgiu em 1964 no “Les Girls” ao lado de Rogéria, transformou-se em uma lenda dos tablados, sempre com sua voz precisa e aveludada, além de marcante interpretação. Em 2020, viveu momento icônico no espetáculo Divinas Divas, no Theatro Municipal de São Paulo, ao lado das veteranas Jane Di Castro, Eloína dos Leopardos, Camille K. e as da geração seguinte, Divina Nubia e Marcia Dailyn. Com 78 anos, Divina Valéria é uma das mais importantes artistas LGBTQIA+ da história do Brasil.
Sanara Rocha (BA)

Sanara Rocha é feminista negra, curadora independente, artista interdisciplinar e pesquisadora com campo de atuação nacional e internacional. Dedica-se ao desenvolvimento de duas pesquisas poéticas multidisciplinares, uma que se intitula “Narrativas Fósseis” e se respalda nos estudos de gênero e no afrofuturismo a título de escavar-forjar trabalhos poéticos interdisciplinares que investigam a presença feminina no território simbólico dos tambores e problematizam o apagamento de parte dessa memória; e uma nova intitulada “Futurismo Amefricana” que se fundamenta no conceito de ladino amefricanidade cunhado por Lélia Gonzalez e teve como um de seus resultados mais concretos a criação da plataforma Futurismos Ladino Amefricanas – FLA, um espaço de aglutinação e intercâmbio de saberes entre artistas negres e indígenas latino-americanos.
Raquel Scotti Hirson (SP)

É atriz-pesquisadora e atual coordenadora do LUME (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da UNICAMP). Doutora pelo IA da UNICAMP, com a tese “Alphonsus de Guimaraens: Reconstruções da Memória e Recriações no Corpo” e autora dos livros “Tal qual apanhei do pé: uma atriz do Lume em pesquisa” (HUCITEC e FAPESP, 2006) e “PRÁTICAS TEATRAIS: sobre presenças, treinamentos, dramaturgias e processos” (Editora da UNICAMP, 2020). É professora permanente do PPG Artes da Cena do IA, UNICAMP. Atua em espetáculos em repertório do Lume, sendo o mais recente “Kintsugi, 100 memórias” (2019), dirigido pelo argentino Emilio Garcia Wehbi. Apresenta espetáculos, demonstrações técnicas e ministrou workshops em diversas cidades brasileiras e no exterior.
Zahy Guajajara (MA)

Zahy é multiartista e teve a sua primeira experiência no audiovisual em 2012, no curta “ZAHY- Uma fábula sobre a aldeia Maracanã”, feito em parceria com Felipe Bragança. Desde então vem se desenvolvendo como artista oradora e criadora de arte indígena. Alguns dos seus trabalhos como atriz, são: O longa “Não Devore Meu Coração” de Felipe Bragança, a Série Dois Irmãos, TV Globo com Direção de Luiz Fernando Carvalho, Macunaíma de Bia Lessa e tantos outros. Atualmente está produzindo e co-dirigindo, novamente com Felipe Bragança, um longa com uma releitura de Macunaíma! Sua primeira língua é o Ze’eng Eté (fala boa/verdadeira), dialeto do tronco tupi-guarani, a segunda língua é o português, and she learning English as well.